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“A ansiedade e o medo envenenam o corpo e o espírito.” George Bernard Shaw

Síndrome do pânico ou Transtorno do Pânico é uma doença relacionada à ansiedade. A ansiedade é uma reação normal do organismo, é um mecanismo associado à defesa e à preservação da vida.

Esse estado emocional torna-se um problema quando atinge graus elevados e relacionados a fatores que não são ameaças reais e causam sofrimento físico e emocional à pessoa.

Atenção aos sinais

Segundo o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais DSM-5, a presença de pelo menos quatro dos sintomas abaixo caracteriza uma crise ou ataque de pânico:

  • Taquicardia (coração acelerado);
  • falta de ar,
  • dor ou desconforto no peito,
  • formigamento em partes do corpo,
  • tontura,
  • calafrios ou ondas de calor,
  • tremores,
  • náusea ou desconforto abdominal,
  • boca seca,
  • sudorese,
  • sensação de irrealidade,
  • medo de perder o controle ou enlouquecer,
  • medo de morrer.

A repetição, ou recorrência, das crises caracterizam o transtorno do pânico.

Como surgem os sintomas

O conjunto de sintomas surge aparentemente do nada, a qualquer momento e em qualquer situação. A sensação é extremamente desagradável, a pessoa sente que pode morrer, que está tendo um ataque do coração.

Os sintomas instalam-se rapidamente e em minutos atingem um pico que tem duração média entre 15 e 45 minutos.  Muitos pacientes procuram uma emergência médica. Geralmente os médicos não encontram nenhum sinal de doença cardíaca, a pressão sanguínea pode estar um pouco alterada em alguns pacientes; em outros, sem alteração.

Os sintomas são reações frente a situações interpretadas pelo cérebro e sistema emocional como um enorme perigo, embora não exista nenhuma situação de perigo real. Uma crise de pânico pode ter início durante o sono, durante a mais absoluta tranquilidade do ambiente. A ansiedade desperta a pessoa, já com os sintomas desencadeados.

Perigos imaginários, riscos reais

Os medos são imaginários, mas as sensações físicas e emocionais são verdadeiras. Durante as crises, a pessoa precisa de cuidados e supervisão. Podem colocar suas vidas em risco, por exemplo: pular de lugares altos, ou atravessar ruas movimentadas correndo, apavoradas, sem nenhum cuidado.

Dimensões do organismo que são atacadas

As emoções de ansiedade e medo atingem o organismo em três níveis:

  • emocional: ansiedade, medo, apreensão, desamparo, desespero;
  • fisiológico: taquicardia, alteração na pressão sanguínea, hiperventilação, suor;
  • cognitivo: preocupação, pensamentos negativos, ruminações.

Consequências do transtorno do pânico

As consequências do transtorno do pânico são muitas e interferem drasticamente na piora da qualidade de vida da pessoa, interfere na dinâmica familiar, na vida social e profissional.

Em graus mais elevados pode ser fator incapacitante temporário para o trabalho, para o estudo e outras atividades.  É recomendável que o paciente evite ao máximo acomodar-se ao repouso. O melhor é buscar ajuda profissional para enfrentar os desafios.

O sofrimento acontece durante as crises e entre elas. Surge o medo de uma nova crise ocorrer a qualquer momento. Esse medo de acontecer outras crises pode desencadear um outro transtorno chamado agorafobia.

Agorafobia é o medo ou ansiedade elevados em relação ao uso de meios de transporte como automóvel, ônibus, metrô; permanecer em espaços abertos como ruas, mercados, pontes; permanecer em locais fechados com o lojas, teatros, cinemas; permanecer em filas ou aglomerados de pessoas e medo de sair de casa sozinho.

O apoio familiar é fundamental. A doença é invisível aos olhos dos outros. As pessoas podem interpretar os sintomas como fraqueza, “frescura” ou hipersensibilidade. É importante que o paciente e a família informem-se sobre o transtorno e repassem as informações para as demais pessoas que convivem com o paciente.

Tratamento

O tratamento é realizado pelo uso de medicamentos e psicoterapia. Quando tratado da forma correta, o transtorno tem cura e o sofrimento pode ser superado.

A psicoterapia poderá contribuir para a erradicação das causas ou comportamentos associados ao transtorno e trazer benefícios duradouros.

Os medicamentos – geralmente redutores da ansiedade, agem sobre os sintomas. Embora muito importantes em alguns quadros ou em alguns períodos do tratamento, não existem drogas para a cura do transtorno do pânico.

Não se isole, busque ajuda

Não sofra sozinho. Também não se preocupe com uma ocorrência isolada de ansiedade. Pode ser passageiro, tem causas diversas, pode estar associado ao stress ou ao uso de álcool ou drogas.

Fique atento a você e às pessoas próximas. Caso desconfie que esteja desenvolvendo o transtorno do pânico, se já é a segunda ou terceira ocorrência da crise ou ataque de pânico, busque ajuda profissional. Não sinta vergonha diante da possibilidade de estar doente. Procure um médico ou psicólogo.

José Hamilton Ferreira

Psicólogo José Ferreira – CRP SP/36505